Uma prática que ao longo de séculos tornou-se comum na indústria, principalmente farmacêutica e de beleza, os testes com animais ainda hoje são legais e realizados em 80% dos países, mesmo com as consequências negativas aos bichinhos – mais de 500 mil – e sua ineficácia de resultados.
Descubra conosco os danos dessa prática e como podemos combatê-la através do consumo consciente de produtos de higiene e cosméticos.
O problema da crueldade animal
Em geral, esses testes são desenvolvidos com o intuito de mapear as possíveis reações do ser humano a um produto específico, como irritabilidade na pele e toxicidade, quase sempre com um objetivo meramente comercial. Neste processo, a crueldade com os animais tende a ser excessiva, com a exposição a produtos químicos, muitas vezes, colocados em contato com os olhos, a pele ou até mesmo ingeridos forçadamente.
As consequências traumáticas aos animais – geralmente ratos, porquinhos da índia, coelhos ou cachorros – são psicológicas e físicas, incluindo o desenvolvimento de alergias e cegueira, ou fatais, levando à morte.
Visto isso, muitas pessoas se uniram para lutar contra e extinguir os experimentos com animais. Além do fator crueldade, um dos fatores que mais pesa nessa luta é a incoerência de realizar testes em animais para busca de resultados semelhante aos humanos, quando se sabe que o organismo de ambos não necessariamente reage da mesma forma. Como colocado por muitos pesquisadores, essa prática é ultrapassada, desnecessária, custosa e resulta em conclusões quase sempre imprecisas ou totalmente errôneas.
Alternativas menos cruéis
Dessa forma, alternativas menos cruéis, mais ecológicas e de maior eficácia são utilizadas e estimuladas por ativistas, especialistas da área e organização da luta pela proteção animal, como a PETA (People for the Ethical Treatment of Animals). Por exemplo, em países nos quais é existente uma legislação contra o experimento em animais – Austrália, Canadá e EUA – ou é totalmente proibido – como União Europeia, Noruega, Índia, Israel e Nova Zelândia – as principais alternativas utilizadas são: a análise computadorizada, testes em pele produzida em laboratório e testes de contato em seres humanos.
Cenário brasileiro
No Brasil, os testes em animais ainda são permitidos legalmente na maioria dos estados, mesmo que mais de 20 métodos alternativos já sejam aprovados cientificamente. Apenas São Paulo proíbe as empresas de realizar testes de cosméticos em animais, desde de 2014, sob pena de multa de até R$ 1 milhão por cada animal utilizado como cobaia.
Infelizmente, muitas empresas ainda relutam ou não investem nesta conduta. Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece restrições para o uso de animais em testes, permitindo a prática apenas em procedimentos específicos.
Por isso, torna-se extremamente importante o incentivo de políticas públicas, assim como, a fiscalização dos consumidores.
Consumo cruelty-free
Se todos consumirem de forma consciente, as marcas serão forçadas a se adequar ao comportamento e à visão da sociedade. Algo que muitos já realizam, com uma vida mais ecológica, inclusive na hora das compras.
Para suprir esse público e se adequar à prática de testes sem animais, surgiu o termo Cruelty Free (“livre de crueldade” em inglês), designado para produtos que não utilizam o experimento em animais na sua produção.
Isso pode ser comprovado por meio de selos oficiais de certificação, cedidos com base em rigorosos processos de auditoria, verificando e confirmando se elas se enquadram nos padrões necessários. Os principais selos são:
The Leaping Bunny (O Coelho Saltitante) é um certificado internacional das organizações CCIC e BUAV (Cruelty-free International).
Cruelty Free (Escolha sem Crueldade) é um certificado internacional, que faz parte do programa Beauty Without Bunnies (Beleza sem Coelhos), da PETA.
Choose Cruelty Free (Escolha sem Crueldade) é um certificado internacional da organização de mesmo nome.
Procure sempre esses selos na hora das suas compras! Invista em marcas que se preocupem com os animais e com o meio ambiente. Muito além do lucro, é importante que as empresas tenham como missão desenvolver um impacto positivo no mundo. Da mesma forma que nós, da BelleBio, primamos por um catálogo 100% certificado como cruelty-free.
*Texto por Amanda Büneker
