Veganismo: mudando o mundo pela alimentação e muito mais
Veganismo: mudando o mundo pela alimentação e muito mais
Veganismo: mudando o mundo pela alimentação e muito mais
Abril 9, 2019BelleBio
Você acredita que todos os seres devem ser tratados de forma igualitária e que como seres humanos não somos superiores aos animais? Bom, caso a resposta seja sim, você tem como opinião alguns dos princípios básicos do veganismo. Muito além de estigmas e visões pejorativas, entender o cerne da prática vegana é refletir sobre diversas questões importante da vida, como saúde, sustentabilidade e respeito por seres sencientes (todos os seres com capacidade de sentir sensações de forma consciente) .
Dito isso, é preciso deixar claro que veganismo não é uma dieta alimentar ou “modinha” passageira, é, sim, um estilo de vida que permeia os mais diversos setores do nosso dia a dia. Isso, porque ser vegano é “uma alternativa ética ao consumo e à dependência de produtos não adaptados às necessidades físicas e espirituais do ser humano como a carne, o peixe, os lacticínios, os ovos, o mel, os produtos derivados dos animais e outros artigos de origem animal como o couro e as peles”, segundo a Associação Vegana Espanhola (UVE).
Ou seja, aquele que se denomina como vegano opta por uma vida livre do consumo de produtos de origem ou produção animal, o que vai desde a alimentação até vestimenta, passando por um consumo que não envolva o uso de animais em testes (cruelty-free), como é o caso de muitos cosméticos e produtos de limpeza, e chegando a se posiciona contrário a qualquer forma de exploração animal, como touradas, circos e zoológicos. Como é possível ver, essa escolha faz parte de um espectro maior, que pode ter como propósitos: lutar pelo direito dos animais, por uma vida mais saudável e pela preservação do meio ambiente.
Vendo de forma mais clara, percebe-se que muitas das motivações e das lutas veganas vão de encontro a atitudes de movimentos sociais nos quais somos engajados. Na luta por um mundo mais igualitário, sustentável e saudável, ou simplesmente no sentimento de empatia, todos nós podemos enxergar na prática vegana pontos com os quais nos identificamos. Não é pormenos que surge o termo flexitarianismo, que denomina aqueles que buscam diminuir o consumo de carne e produtos de origem animal, sem excluí-los totalmente. Uma parcela que já representa a intenção de 63% dos brasileiros, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em janeiro de 2019.
Diferentes classificações
Falando em diferentes nomenclaturas, é necessário definir bem o que é ser vegano e o que diferencia essa prática do vegetarianismo e suas diferentes vertentes.
Impacto ambiental
Estima-se que a indústria da pecuária, principalmente a bovina, seja responsável por 14,5% do total de gases de efeito estufa, número que inclui as emissões diretas (5%) e indiretas (como o transporte). Assim, o consumo crescente de carne pode ser extremamente prejudicial ao meio ambiente, já que estimula a exploração ambiental e a emissão de carbono.
Visto isso, a ONU lançou um alerta em outubro de 2018, no qual revela que temos 12 anos para limitar os efeitos da mudança global. Neste mesmo comunicado ela destaca algumas soluções para reverter as consequências do aquecimento global, dentre elas está a redução do consumo de carne. Na mesma linha, uma matéria da Folha de São Paulo, de novembro de 2018, divulgou que adotar a alimentação vegana tem impacto maior do que dirigir um carro híbrido (movido à combustão e eletricidade), eliminando cerca de 50% a mais de emissões de carbono.
Isso sem mencionar o uso de recursos aquíferos. Conforme divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), dois terços da água doce são utilizados na irrigação e são necessários 15.000 litros para produzir um quilo de carne bovina.
Se enganam aqueles que acreditam que a falta de produtos de origem animal possa afetar o organismo humano de forma negativa. Pelo contrário, muitos escolhem a vida vegana pelo viés mais saudável que ela apresenta. “Seguir uma alimentação vegana é perfeitamente compatível com uma dieta ideal: apenas temos de observar que incorporamos todos os nutrientes necessários ao ser humano a partir de alimentos de origem vegetal”, explica Aitor Sánchez, dietista-nutricionista do Centro Aleris, em entrevista ao El País.
Até porque o consumo excessivo de carne pode apresentar resultados negativos à saúde, como comprovou o relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, afirmando que o consumo de carne vermelha e processada está ligado a um aumento do risco de câncer e de morte por doenças cardíacas e diabetes.
Para que a alimentação seja saudável, a chave está no equilíbrio. No caso do veganismo e vegetarianismo, é apropriado a todas as faixas etárias, inclusive gravidez, lactação, infância e adolescência, assim como para os atletas.
O único cuidado necessário é a carência de B12, encontrada na maioria dos alimentos de origem animal. Mas sem estresse, pois essa vitamina pode ser ingerida por meio de suplementos como pós solúveis, comprimidos, injetáveis ou alimentos enriquecidos. “Qualquer dieta, inclusive as convencionais, onde há proteína animal, é suscetível de apresentar carências. E a vitamina B12 é armazenada no organismo, gerando reservas para longos períodos de tempo”, argumenta o nutricionista David Gasol, em entrevista ao El País Brasil.
Veganismo no dia a dia
O números de pessoas adeptas ao vegetarianismo ou veganismo só vem crescendo nos últimos anos. Dados de uma pesquisa realizada pelo Ibope em abril de 2018 revela que 14% da população brasileira se declara vegetariana (quase 30 milhões de brasileiros).
O novo cenário estimula o crescimento de marcas voltadas ao setor, desde a área da alimentação a vestimenta e beleza. Um ótimo exemplo disso é o avanço da produção e distribuição de produtos não testados em animais, conhecidos como cruelty-free. “Desde 2004, quando foram proibidas as experiências com animais na União Europeia, cada vez mais marcas de cosméticos se juntaram à lista de empresas comprometidas com a causa”, garante Ben Williamson, um dos porta-vozes da organização internacional People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), em fala ao El País Brasil.
No Brasil, desde 2014, temos o Selo Vegano, certificado criado pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). O objetivo dele é conferir credibilidade e garantir ao consumidor a originalidade da fabricação de forma vegana, regulamentado o mercado. Da mesma forma, a SVB reúne a comunidade de vegetarianos e veganos, desde consumidores a produtores, incluindo a BelleBio, com quem possui parceria.
Ações como essas ampliam o espaço para que mais pessoas descubram os benefícios de uma rotina vegana. Não que ela não possua suas dificuldades, mas ao contrário do que muitos acreditam, o que não faltam são alternativas em um leque de possibilidades para substituir os produtos de origem animal. Um exemplo disso são grande parte dos produtos em nossa loja, que contam com o selo vegano ou cruelty free.
Para conhecer mais sobre a realidade de um vegano: como se alimenta? quais cosméticos consome? quais as dificuldades e facilidades?, clique aqui!